Governo e PS vivem “assombrados” com PSD

O líder parlamentar do PSD recomendou ao Governo e ao PS para não viverem "assombrados", nem "demasiado preocupados" com os sociais-democratas, sublinhando que a principal obrigação do Executivo de António Costa é governar o país.
"Vivem de facto com uma assombração quando veem o PSD e o líder do PSD, vivem assombrados. Percebemos porquê, porque não são capazes de dar ao país os resultados que o PSD e o líder do PSD deu quando era primeiro-ministro e é a forma de esconderem o falhanço (…) que marca a sua governação", afirmou o presidente do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro.
Falando no arranque de uma reunião da bancada, aberta à comunicação social, quarta-feira, 23 de novembro, Luís Montenegro referiu-se em particular às intervenções do primeiro-ministro e do líder parlamentar do PS, recomendando-lhes tranquilidade: "Devemos tranquilizá-los, não vale a pena viverem assombrados com o PSD, nem demasiado preocupados com o PSD, eles têm a obrigação principal de governar o país a pensar no futuro".
Numa intervenção em que assegurou que o PSD está firme, convicto, mas também tranquilo e coeso e olha para os principais problemas tentando apresentar caminhos e soluções, o líder da bancada social-democrata acusou ainda o executivo de fazer da governação "uma negociação em permanência".
"Todos os dias é preciso negociar qualquer coisa só para que o Governo no dia seguinte possa sustentar politicamente o apoio que tem nos partidos que o suportam na Assembleia da República", sustentou.
Luís Montenegro retomou também as principais críticas ao primeiro ano do Governo socialista, lamentando que não tenha conseguido atingir as metas inscritas no Orçamento para 2016, colocando o país a crescer menos do que o previsto e com um desempenho do investimento "muito aquém do traçado".
Depois da intervenção inicial do líder parlamentar social-democrata, coube a três convidados falar das propostas apresentadas pelo partido no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, com o ex-ministro Miguel Poiares Maduro a focar-se no ‘pacote' apresentado sobre descentralização.
"São propostas ambiciosas", vincou o antigo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.
Miguel Poiares Maduro reconheceu, contudo, que o tempo da política hoje não é fácil para quem faz propostas sérias e lamentou que a única resposta do primeiro-ministro para os problemas do país seja o "humor".
"Quanto mais grave é o problema, mais ele lida com esse problema com humor. A única resposta para os problemas que o país tem é o seu humor que acho um bocadinho deslocado. O país estagnou, o crescimento desacelerou. E isso é apresentado como um sucesso", criticou, congratulando-se por o PSD "fazer política séria" e vaticinando que "o país acabará por reconhecer essa forma de fazer política".
Ao ex-presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) Pedro Reis coube falar sobre a economia e o investimento, enquanto o antigo membro do conselho diretivo do Instituto da Segurança Social Paulo Ferreira fez uma intervenção sobre a área da Segurança Social.
Já na parte do debate, foram vários os deputados sociais-democratas que pediram para falar, entre os quais a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que classificou 2016 como um ano "verdadeiramente dramático", com investimentos adiados ou até cancelados e reversão de várias medidas.
A reunião da bancada do PSD, que excecionalmente foi aberta aos jornalistas, terminou com uma intervenção do líder social-democrata, Pedro Passos Coelho.

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