Reportagem
Governo potencia instabilidade no sistema financeiro

Há uma instabilidade "muito preocupante" no sistema financeiro e bancário potenciadas pelo Governo. Luís Montenegro cita como exemplos notícias que se "multiplicam" sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ou o Novo Banco. "Esta instabilidade criada no sistema bancário é de facto muito preocupante. Instamos o Governo a corrigir o tiro e a não ser o responsável por esta instabilidade, incerteza, desconfiança que gravita no nosso sistema financeiro", vincou Luís Montenegro, em declarações no parlamento, dia 19.
Nos "últimos dias", prosseguiu o social-democrata, "continuam a multiplicar-se e avolumar-se notícias, intervenções e posições acerca do sistema financeiro, provindas do Governo, e em particular do ministro das Finanças" - tais posições "provocam desconfiança, perplexidade, incerteza no sistema financeiro e bancário", advogou.
"Só sobre a CGD foram mais de uma dezena" de notícias e inclusive "contradições" entre vários membros do Governo, realça Luís Montenegro, que insta o Executivo a "não plantar, de forma diária, às vezes mais que uma vez por dia, posições que não se percebem e que trazem incerteza ao sistema financeiro e ao sistema bancário".
O ministro das Finanças, Mário Centeno, tem-se portado - nas palavras do líder da bancada parlamentar do PSD - como um "elefante numa loja de porcelanas". As negociações com as autoridades europeias sobre o processo de capitalização da CGD estão a correr bem e a solução desenhada vai ser em breve implementada, assegurou o Ministério das Finanças, mas Luís Montenegro lembra que o Primeiro-Ministro "há cerca de um mês" também já dizia que o processo estava perto de encerrado.
No que refere ao Novo Banco, o Executivo informou na segunda-feira a Comissão Europeia que "não considera a possibilidade" de realizar uma nova ajuda estatal ao Novo Banco, acrescentando que, se o banco não for vendido até agosto de 2017, entra num processo ordeiro de liquidação.
Luís Montenegro abordou estes temas no final de uma reunião do grupo parlamentar do PSD que antecede um jantar, privado, que assinala o fim da atual sessão legislativa.

PSD mantém acordo sobre presidente do CES           
Luís Montenegro reitera que PSD mantém o acordo feito com o PS sobre o futuro presidente do Conselho Económico Social (CES), mesmo após ter sido chumbado no parlamento o nome de Correia de Campos. "O resultado ficou muito aquém daquilo que era a nossa expectativa, mas quero de forma muito serena e solene afirmar que da parte do PSD mantemos o compromisso de propor e eleger conjuntamente com o PS o presidente do CES", com o nome a ser indicado pelos socialistas, declarou Luís Montenegro.
O presidente do grupo parlamentar do PSD falava aos jornalistas depois de o antigo ministro socialista Correia de Campos ter falhado e a eleição para o cargo de presidente do CES, obtendo dos 221 deputados presentes apenas 105 votos favoráveis, quando precisava de dois terços de aprovações. "O voto foi secreto. Não podemos identificar como votou cada deputado. (…) No PSD vamos redobrar o nosso esforço para simbolizar os deputados quando houver um novo processo eleitoral, uma nova candidatura", reforçou Luís Montenegro.
Terá de haver nesta fase um "novo processo eleitoral", a decorrer depois das férias de verão, sendo "absolutamente prematuro" falar já desse momento, vincou o parlamentar social-democrata.

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