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Corrupção é um dos “riscos morais” da intervenção do Estado nas empresas
16 de Maio de 2016
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Pedro Passos Coelho alerta para a existência de "riscos morais", nomeadamente de corrupção, quando o Estado intervém na esfera das empresas, e exemplificou com a China e a Rússia. "Os riscos morais parecem ser muito relevantes. Um dos aspetos que a autora assume, corajosamente, de forma muito transparente, são os problemas relacionados com a informalidade e mesmo a corrupção, que muitas vêm associadas a estas intervenções públicas", defendeu Pedro Passos Coelho.
O líder social-democrata falava na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, em Lisboa, na apresentação do livro da antiga ministra das Finanças de Singapura Lim Hweee Hua, cuja edição portuguesa agora lançada o ex-primeiro-ministro português prefaciou.
"Houve muitas notícias públicas do lado chinês ao longo de 2014 e 2015 de intervenções que foram declaradas prioritárias no combate à corrupção e muitos dirigentes de empresas públicas ou em que o Estado toma uma participação significativa foram destituídos, acusados de práticas pouco transparentes e estão ainda na alçada da justiça", afirmou.
"Estes riscos não são meramente teóricos, são muito práticos, e seja na China, na Rússia, noutras economias emergentes onde existem intervenções do Estado significativas na esfera das empresas estes riscos têm vindo a crescer de uma forma significativa", acrescentou.
Passos Coelho condenou a "intervenção indiscriminada do Estado nas empresas" feita após 1975, considerando que "produziu resultados muito negativos" na economia, obrigando a uma reprivatização que "não foi homogénea", processando-se ao longo de quase 20 anos.
Em declarações aos jornalistas após a apresentação do livro, 16 de maio, o presidente social-democrata defendeu as privatizações feitas pelo seu Governo, afirmando que foram realizadas "em condições de retorno financeiro para o Estado". "Pelo menos, duplicámos a previsão que estava feita inicialmente pelo Governo anterior quanto ao resultado dessas operações", declarou.
Para o líder do PSD, atualmente, "o Estado não tem espaço para intervir mais nas empresas" e reiterou a sua oposição à reversão de privatizações como a da TAP ou dos transportes suburbanos de Lisboa e do Porto, considerando que não têm "racionalidade económica".
Sobre a experiência do Processo Revolucionário em Curso (PREC), afirmou que mostrou que "quando a intervenção pública é feita de forma cega e ideológica o preço a pagar é sempre muito elevado".
"No nosso caso foi realmente muito elevado. A reprivatização nem sempre aconteceu também em condições ideais. Apesar disso, nos últimos 20 anos, as reprivatizações permitiram à esfera pública concentrar-se mais naquilo que são a provisão de bens públicos sobretudo ligado a setores tradicionais, como as políticas de soberania, mas também as políticas sociais", sustentou.
Passos Coelho qualificou-se de "prefaciador improvável" do livro de Lim Hwee Hua, já que é defensor de uma postura "menos intrusiva" do Estado nas empresas do que aquela que é exposta na obra editada em Portugal pela editora Edições Esgotadas.

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