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"Nem que a economia cresça cinco vezes mais o Governo cumpre as previsões"
12 de Maio de 2016
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A crescer apenas 0,1% nos primeiros três meses de 2016, “nem se a economia crescer cinco vezes mais nos próximos trimestres” será possível ao Governo cumprir as previsões do défice e da divida. Tudo porque a “economia não tem uma capacidade infinitamente elástica no futuro”. O presidente do PSD advertiu, desta forma, o atual chefe do Governo socialista, no oitavo debate quinzenal com António Costa, lembrando que sem uma aposta clara no investimento externo e nas exportações, Portugal está “condenado a morte lenta”.
Pedro Passos Coelho criticou a situação económica, referindo diversos indicadores estatísticos, do primeiro trimestre de 2016. “Dados revelados pelo INE são muito claros. Se hoje formos particularmente otimistas para o crescimento nos semestres seguintes ficamos longe das previsões do Governo. Já se começa a ver que haverá mau resultado. Uma vez que dados são objetivos, pergunto-lhe: O que é que vai mudar?”
No debate quinzenal de 13 de maio, o líder do PSD desafiou o Governo a esperar por um estudo atualizado do Tribunal de Contas sobre os custos dos contratos de associação: “Este ano não assuma a decisão anunciada e aguarde por este estudo para decidir no próximo ano”. Passos Coelho tinha defendido que “não é a necessidade de fazer poupanças que determina esta inflexão de política”, mas frisa que “antes de qualquer nova decisão, seria importante obter dados recentes”. O PSD vai apresentar uma proposta neste sentido.
O líder do PSD acusou António Costa de não “olhar para os dados e tirar conclusões”. Notou o aumento dos pagamentos em atraso, “uma matéria que estava a beira de ser resolvida”, assegurou, e garantiu que sobre os fundos comunitários “a maior queixa que se ouve paralisia”. “Se não mudar esta estratégia, não irá a tempo de corrigir os resultados”.
O líder do PSD antevê um mau resultado económico e financeiro este ano, considerando que, sem uma correção da trajetória do Governo, nem o défice nem a dívida serão objetivos alcançados. "Já se começa a ver que haverá um mau resultado este ano se o Governo não corrigir a trajetória", afirmou Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento.
Passos Coelho confrontou o primeiro-ministro com os últimos dados económicos conhecidos, falando da "destruição líquida" de 40 mil empregos no primeiro trimestre do ano, além da queda das exportações e do investimento. "Há postos de trabalho que estão a ser destruídos, porque há investimento que está a cair a pique", disse, falando igualmente dos dados do Instituto Nacional de Estatística conhecidos esta manhã que revelam o declínio ritmo de crescimento quer em cadeia, quer em termos homólogos. "Se formos otimistas para o crescimento nos trimestres seguintes ainda ficaremos consideravelmente longe daquilo que era a meta proposta pelo Governo", sustentou o líder social-democrata, vincando que agora já não se está a falar de "meras previsões" e se começa a "a entrar no terreno em que não há muito tempo para fazer correções".
E a realidade veio mostrar que, do ponto de vista do desemprego, se confirma a destruição líquida de emprego. As exportações líquidas continuam a cair. O investimento caiu abruptamente. Quer isto dizer que o consumo interno continua a progredir, a sustentar alguma retoma, mas todos os outros fatores que são decisivos para dar sustentabilidade ao crescimento estão em queda.
Sublinhando que o investimento está a cair a pique, o líder do PSD declarou que os dados divulgados pelo INE são muito claros: “com o declínio do ritmo de crescimento significa que se nos próximos três trimestres a economia crescer em cadeia 0,5%, ainda assim, o crescimento no final do ano não superará 1,2%. Quer dizer, se hoje formos particularmente otimistas para o crescimento nos trimestres seguintes, ainda assim ficaremos consideravelmente longe do que era a meta proposta pelo Governo”.
"Assumindo que [a economia] crescerá cinco vezes mais do que no primeiro trimestre, ainda assim ficará muito longe do objetivo do Governo, nem o défice, nem a divida serão objetivos alcançados este ano pelo Governo e pelo país, infelizmente, se alguma coisa não mudar. Senhor primeiro-ministro, enquanto é tempo o que vai mudar?", questionou o líder do PSD.

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