Nacional
Partidos devem chegar a acordo para atrair investimento externo
05 de Abril de 2016
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Em entrevista à Antena 1, após o 36.º congresso realizado Espinho, Pedro Passos Coelho sintetiza o que o PSD pretende levar a cabo enquanto líder da oposição. Na entrevista conduzida pela jornalista Maria Flor Pedroso, o presidente do PSD quis explicar a sua postura face ao Plano de Estabilidade a apresentar pelo Governo de António Costa em 27 de abril. “À partida não é provável que o faça. O Programa de Estabilidade é uma espécie de compromisso orçamental de médio prazo que o Governo apresenta à União Europeia, não depende do voto do parlamento”, afirmou Pedro Passos Coelho.
O grupo parlamentar social-democrata não irá apresentar uma alternativa porque, de acordo com Passos Coelho, as ideias do PSD são conhecidas. Nesta entrevista radiofónica, o deputado social-democrata falou também sobre o ajustamento, a banca, da relação do seu Governo com a União Europeia e da de António Costa com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Sobre o Presidente da República, Pedro Passos Coelho afirmou que não está no cargo para “projetar o PSD”, mas para “unir os portugueses” e para ter uma “cooperação muito intensa com o Governo e inversamente”.
Quanto à convivência institucional entre o primeiro-ministro, António Costa, e o sucessor de Cavaco Silva na Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o líder social-democrata afirma não estranhar a boa relação entre aqueles protagonistas da vida política do país.
Questionado sobre o ajustamento que teve de fazer enquanto primeiro-ministro, para enfrentar a crise financeira em Portugal, Pedro Passos Coelho insistiu não ter tido “alternativas significativas” para fazer as coisas de forma diferente. “Seria possível fazer o ajustamento sem o nível de dureza que ele teve, eu direi que julgo que seria muito difícil, porque o problema não estava tanto nas medidas, mas na situação muito difícil em que nós estávamos”, sublinhou.
Em relação às dificuldades da banca portuguesa, Pedro Passos Coelho recordou a “dimensão dos meios” que estavam à disposição do anterior Governo para “acudir à capitalização da banca”. “Recordo-me de ouvir o governador do Banco de Portugal dizer que uma capitalização mais adequada para todo o sistema financeiro poderia exigir recursos bastantes avultados, entre 40 e 50 mil milhões de euros. Todo o nosso programa valia 78 mil milhões”, sintetizou.
Às críticas relacionadas com à relação do anterior Governo com a União Europeia, Pedro Passos Coelho declarou sempre ter tido uma “atitude construtiva no seio” da organização, mas “preservando sempre” a autonomia e a postura crítica. “Não creio que o resultado final tenha evidenciado qualquer tratamento de memorização ou secundarização no espaço europeu”, declarou, acrescentando que a posição portuguesa foi “bastante apreciada e elogiada pelos parceiros europeus e respeitada”.
Pedro Passos Coelho defendeu também que todos os partidos políticos chegassem a acordo sobre um programa que “atraísse investimento externo para Portugal”. “Mas, para isso, há algumas premissas que se têm de alterar, desde logo a maneira como a própria maioria e o Governo olham para o investimento estrangeiro e economia social de mercado”, salientou.
Sobre o “pin” da bandeira de Portugal que utiliza na lapela do casaco, o antigo chefe do Governo explicou que passou a utilizá-lo devido à circunstância muito especial pela qual o país passou. “Numa altura em que era preciso mobilizar também muito as pessoas para as dificuldades que estávamos a passar e apelar para o seu compromisso com uma política que era bastante difícil”.
Comentando a situação do sistema financeiro português, o ex-primeiro-ministro revelou que o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, lhe disse serem necessários cerca de 50 mil milhões de euros para recapitalizar a banca.


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