Europa
A Europa precisa de confiança
11 de Maio de 2016
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Num discurso assertivo sobre o projeto europeu, o líder do PSD, que participava na sessão de encerramento da conferência “O Futuro da Europa”, alertou para as contrariedades de encarar as instituições europeias como um adversário no processo de integração. Pedro Passos Coelho reafirmou a necessidade de Portugal ter contas em ordem, não só para dar credibilidade ao país, mas também para conseguir legitimidade para exigir novas soluções a Bruxelas. “Não é invulgar ouvirmos, nos órgãos de comunicação social, a ideia de que pode haver sanções contra Portugal, agora, por causa das discussões orçamentais; de que pode haver penalizações, confrontação; no seio da maioria diz-se: ‘É preciso resistir a Bruxelas’. O que está a fazer Bruxelas em relação a Portugal que mereça resistência? Pedir que tenha contas em ordem? Não vale a pena estar a criar um inimigo externo que é a Comissão Europeia, que é a União Europeia, quando nós próprios podemos não ter vontade de ter as nossas contas em ordem”, declarou o presidente do PSD, no encerramento da conferência promovida pelo PSD sobre os “30 anos de Portugal na Europa”, 7 de maio, no Palácio da Bolsa, no Porto.
Pedro Passos Coelho lamenta que ainda subsista um problema de confiança: entre as instituições, entre os estados, entre culturas. “Como é que podemos conseguir ultrapassar a crise de confiança, que é a mãe de todas as crises?, questionou, prosseguindo que “temos de ser mais solidários e mais responsáveis. Não podemos recriminar-nos mutuamente como se a origem e solução dos problemas fosse estranha à nossa decisão e vontade.”
E realça que que, “ter contas em ordem é importante para qualquer país europeu, e a Europa no seu conjunto valerá menos” se todos os Estados não se preocuparem com essa componente. “”, disse Passos Coelho, que frisou começar a ver em Portugal a estratégia existente em vários países, de “recriminar sempre a Europa por aquilo que não corre bem”.
De acordo com o líder social-democrata, “quem exibe o sentido de responsabilidade para poder ter a sua casa em ordem, tem autoridade, moral, até, e política, para reclamar essas soluções que estão em falta”.
Num discurso durante o qual o líder do PSD sublinhou que, cada vez que é lançada a discussão sobre federalismo, o debate é “inquinado”, pelo que nem vale a pena tê-la, Passos Coelho questionou ainda se a União Europeia deveria ou não “caminhar progressivamente para uma política de asilo comum, mas também, sobretudo, para uma política de imigração comum”. “Acho que devíamos. Não há nenhuma razão para que as políticas de imigração permaneçam estritamente como sendo nacionais como estamos a ver”, disse Pedro Passos Coelho, na conferência realizada para antecipar a celebração do dia da Europa (09 de mai0), coincidindo com o 42.º aniversário do partido.
Passos Coelho fez um "balanço claramente positivo" dos 30 anos da adesão, mas constatou como o "fracasso mais gritante" o facto de Portugal não ter conseguido "convergir para a média europeia, nem quando a média europeia baixou com a adesão de novos membros".

30 anos de Portugal na Europa
O presidente do PSD assinalou que a presença de Portugal no projeto europeu, ao longo destes 30 anos, tem sido de uma importância assinalável. Afinal, a opção europeia é uma das bases do PSD e a integração no espaço europeu é estratégica e fundamental para o país. “Somos profundamente atlânticos, universalistas, e olhamos para o mundo de forma especial desde que temos memória coletiva. A nossa janela atlântica é ainda mais importante quando olhamos para a Europa”, afirmou Pedro Passos Coelho.
Em jeito de retrospetiva, o líder social-democrata salientou que um dos pontos menos positivos dos últimos anos tem sido Portugal, com 30 anos de acesso a fundos europeus, não ter conseguido convergir para a média europeia, nem quando esta baixou. “A Europa em que vivemos é de transformação. Nada está perdido e nada está irremediavelmente conquistado”, disse Pedro Passos Coelho, chamando a atenção para o facto de as crises económicas e financeiras, de dívidas soberanas, e a crise das migrações não estarem resolvidas. Já foram introduzidos elementos temporais importantes, mas ainda são precisas soluções.
A conferência “O Futuro da Europa” contou ainda, entre outros, com a partilha de experiências do ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso, do atual comissário europeu, Carlos Moedas, do militante socialista e antigo comissário europeu António Vitorino, e do eurodeputado Paulo Rangel.

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