Europa
Modelo económico-financeiro é insustentável
05 de Dezembro de 2016
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O presidente do PSD foi o primeiro convidado do “ECO Talks”, segunda-feira, 5 de dezembro, num hotel em Lisboa, onde respondeu a todas as perguntas do moderador, sublinhando desde logo que o modelo económico e financeiro do atual Governo é insustentável. O líder do PSD assinala que “só sairemos do Procedimento dos Défices Excessivos com um ‘plano B’ que o Governo não admite ter”.
Pedro Passos Coelho argumenta o Governo atua com falta de transparência e de informação em relação à sua estratégia. Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2017 baseia-se em “receitas extraordinárias” fruto de “medidas extraordinárias”. O líder do PSD entende que não há dúvidas de que existe um plano B: “além do corte no investimento, prevê um corte na aquisição de bens e serviços”, referindo os valores das cativações.
Pedro Passos Coelho lamenta os efeitos negativos das cativações, por exemplo, na saúde, mas garante que os riscos são maiores do que no Governo anterior. O Governo PSD-CDS/PP regularizou as dívidas do Serviço Nacional de Saúde, “contratou nova despesa de forma mais barata” e “reduziu o preço dos medicamentos”. Para Passos Coelho, atualmente o funcionamento dos serviços públicos está “em causa”.
O líder do Partido Social Democrata espera que o Governo “cumpra a meta, porque isso é bom para o país”. E desvaloriza a aprovação do Orçamento do Estado em Bruxelas: “A Comissão Europeia não está preocupada na forma como o objetivo seja atingido. A escolha das políticas cabe aos Governos. A Comissão Europeia tem chamado a atenção dos riscos das escolhas políticas que suportam o Orçamento”.

“Esta pode ser uma crise mais grave do que as outras”
O líder do PSD adverte que a crise política italiana, na sequência do resultado do referendo e da demissão de Matteo Renzi, pode ser mais grave. A banca tem dificuldades, lembrou. “Ninguém pode dizer que só por Itália lidar com crises políticas, esta não possa vir a transformar-se numa crise mais grave do que as outras”, alertou Pedro Passos Coelho.
O líder do PSD reagia assim ao resultado do referendo italiano e ao anúncio de demissão de Matteo Renzi. Passos Coelho defendeu que a crise política poderia ter sido evitada se Renzi não tivesse “transformado o referendo numa espécie de plebiscito à sua continuidade”.
Os riscos são mais elevados, explicou, por causa da fragilidade do sistema bancário italiano. “Há um ano que o Governo italiano anda a gritar aos quatro ventos que tem problemas nos bancos”, notou. “A situação dos bancos é complicada”, reforçou, lembrando que Itália “não cresce e tem a segunda maior dívida pública da Europa, a seguir à Grécia.”
Ainda assim, Pedro Passos Coelho reconheceu alguns méritos à reforma constitucional que foi proposta por Renzi, na medida em que ela permitia “simplificar o processo de decisão” e facilitar a obtenção de maiorias parlamentares. “Nos tempos de maiores dificuldades é quando o Governo precisa de ter mais força,” argumentou. “Mas os italianos não estão muito disponíveis para dar esse salto”, concluiu, reconhecendo, contudo, que a abrangência dos poderes que passaria a ter o partido vencedor de eleições pudesse “causar alguma desconfiança”.
Matteo Renzi anunciou no domingo a sua demissão, na sequência da vitória do “Não” ao referendo sobre alterações à Constituição.

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