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“Ética tem de ir até às últimas consequências”
05 de Agosto de 2016
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O deputado do PSD Fernando Negrão apelou ao Primeiro-Ministro para dar explicações públicas sobre a polémica que envolve três secretários de Estado do seu Governo, por terem aceitado convites da Galp para o Europeu de futebol, considerando-os "inibidos" de qualquer relação com a empresa. "Queria acrescentar o silêncio do Primeiro-Ministro. Não pode continuar em férias dizendo que nada dirá. Tem responsabilidades muito especiais nesta área, estamos a falar de ética na governação", afirmou o também presidente da Comissão Parlamentar Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício e Funções Públicas, na sede do PSD, em Lisboa, 5 de agosto.
O parlamentar social-democrata mostrou disponibilidade do PSD em acolher o pedido do CDS-PP de que o Governo seja ouvido rapidamente em sede de comissão permanente da Assembleia da República sobre esta questão, algo em que, "se vier a ocorrer", o PSD estará "presente" para "a discussão".
"Estes três secretários de Estado ficam inibidos de ter qualquer tipo de relação com a empresa Galp. Como é possível que três governantes em áreas estratégicas e com ligações a essa empresa, podem continuar a exercer as suas competências, numa situação em que de alguma forma estão comprometidos?", questionou, uma vez que "as questões de natureza ética só estão encerradas quando completamente esclarecidas".
Para Fernando Negrão "não estando devidamente esclarecido, o assunto não está encerrado" e há que "continuar a insistir nele para ver esclarecidas todas as circunstâncias que envolvem esta viagem por causa da relação entre o Governo, os secretários de Estado e uma empresa dominante no mercado".
Fernando Negrão desvalorizou também a reação de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, relativamente ao código de conduta que seria elaborado, salientando que esse código “já existe”, aplica-se aos funcionários do Fisco, o que, referiu, devia incluir o governante, “que tem as mesmas obrigações dos funcionários”: “Cabe às autoridades judiciais apurar a favor de quê” mas “a questão ética subsiste”, afirmou ainda o deputado do PSD, questionando depois: “Como é que é possível que três governantes em áreas estratégicas e com ligações a essa empresa possam continuar a exercer?”
Os secretários de Estado em causa são o dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, o da Indústria, João Vasconcelos, e o da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, que assistiram a jogos da "equipa das quinas" no Europeu França2016 a convite da empresa energética portuguesa.

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