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"O país está a andar para trás"
07 de Julho de 2016
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O primeiro ano parlamentar da maioria de esquerda - PS, BE, PCP e PEV - ficou marcado pela reversão das reformas estruturais desenvolvidas pelo anterior Governo, traduzindo-se num claro retrocesso para o país. Os sinais de degradação económica são evidentes: crescimento débil; endividamento crescente do Estado; estagnação do emprego; diminuição da poupança. Nove meses de Governo e o virar de página prometido significa regresso às políticas da “década perdida”. Um modelo económico assente na teimosia ideológica, inviável e condenado a prazo (a devolução de rendimentos que iria estimular a procura e a atividade económica não surtiu efeito).
No debate do "Estado da Nação", no parlamento, 7 de julho de 2016, o presidente do PSD considerou que Governo e a maioria que o suporta se têm mostrado coesos e operativos, mas fizeram tudo ao contrário e desperdiçaram uma oportunidade histórica de recuperação do país. "Senhor primeiro-ministro, os responsáveis desta maioria carregarão o fardo de terem desperdiçado a oportunidade histórica que o país tinha de recuperar de uma situação muito difícil, que mais de uma década de políticas erradas nos ia conduzindo à insolvência", declarou Pedro Passos Coelho.
Dirigindo-se a António Costa, o líder social-democrata acrescentou: "Desbaratou, portanto, condições para forjar um crescimento sustentável e atirou pela janela aquilo que a muito custo os portugueses com sacrifícios fizeram para mostrar a sua marca de credibilidade e de determinação para vencer no futuro".
No início da intervenção, Passos Coelho cumprimentou o primeiro-ministro "por ter até hoje tido uma maioria que no essencial se tem mostrado coesa e operativa". Disse-lhe ainda que espera "que a sua maioria, além de coesa, coerente e operativa, se venha a revelar também estável e duradoura". "Mas, sendo estável e duradoura, coisa que só está nas vossas próprias mãos, não conduzirá o país a uma situação melhor se continuar a fazer de conta que vivemos em campanha eleitoral", referiu.
Passos Coelho recordou os anteriores quatro anos e meio de governação PSD/CDS-PP. Referiu que saiu das eleições legislativas de 2015 com "o melhor resultado eleitoral de cada uma das forças que se apresentou a sufrágio" e teve o gesto de "convidar o doutor António Costa para o Governo do país": "Sabia, nessa altura, que era importante não desperdiçar as oportunidades que tínhamos para futuro e garantir o mais possível que enfrentaríamos os riscos externos cobrindo-nos com um escudo estável e coerente".
Quanto à atual governação do PS, suportada por acordos de incidência parlamentar com Bloco de Esquerda, PCP e "Os Verdes", o presidente do PSD defendeu que "o país está a andar para trás". Passos Coelho acusou o Governo de, fixado "na retórica da inversão da austeridade", governar em função do curto prazo e de forma imprudente: "O desendividamento não chegou a acontecer - os últimos dados mostram um endividamento crescente do Estado. As reformas estruturais importantes, e para as quais era preciso tanta paciência para se observarem resultados, têm sido revertidas, e outras com promessas de reversão. O investimento tem caído a pique. O emprego ou estagna ou destrói-se", apontou.
"Exacerbamos riscos orçamentais, adiamos despesa", prosseguiu.
O presidente do PSD alegou que "o crescimento tem menos vigor do que há um ano" e que "a poupança tem regressado a níveis dos mais baixos de sempre".
Sucessivamente acusado de antipatriotismo, o líder do PSD prescindiu do mecanismo habitual nestas situações que permite a um parlamentar pedir a defesa da honra da bancada. Numa segunda intervenção, Passos Coelho acabou por levantar a bancada social-democrata num longo aplauso de pé: “Nós podemos ter muitas divergências políticas, não estar de acordo com decisões que tomámos. A velocidade com que fazem processos de intenção, seja do líder da sua bancada, seja de outros intervenientes, é algo deplorável”, mencionou. E dirigindo-se à bancada do PS, o líder social-democrata afirmou nunca ter acusado os socialistas de serem “menos patrióticos” quando debateu o processo de pré-bancarrota: “Isso, sim, representa o grau zero da política”.

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