Nacional
“Política agrícola perdeu gás”
12 de Junho de 2016
0 comentários

Pedro Passos Coelho deslocou-se a Santarém, no dia 11 de junho, para visitar a Feira Nacional de Agricultura/Feira do Ribatejo. Nessa manhã, o líder do PSD reuniu ao pequeno-almoço com a imprensa regional. Pedro Passos Coelho criticou o modo como o setor agrícola está a ser gerido pelo atual Governo: “Não basta ter um ministro conhecedor da área”, como acontece com Capoulas Santos, é preciso que a agricultura tenha “importância política”, havendo “consequentemente um alinhamento dos meios que são colocados à disposição do setor para que ele possa crescer”. Para o líder da oposição, o “desinvestimento” é visível com a “pouca abertura para novos avisos serem publicados e novos concursos serem lançados”, para que volte a ser colocado investimento na agricultura.
Acompanhado pelo presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, João Machado, e pelo presidente da Distrital do PSD de Santarém, Nuno Serra, Pedro Passos Coelho destacou o contributo da agricultura para as exportações. “Foi muito importante o contributo dado por todo o setor agrícola e agroindustrial para as exportações portuguesas”, que bateram “recordes todos os anos”, afirmou, destacando ainda a inovação, a alteração tecnológica e o envolvimento de novos agricultores, com “formação avançada”, que “trouxeram a agricultura para o primeiro plano da mutação económica” que o país precisa fazer.
Lembrando que durante muitos anos a agricultura foi considerada “parente pobre das disciplinas económicas”, Passos Coelho realçou que, nos últimos anos, “sobretudo por mérito dos agricultores e suas associações”, passou para “o primeiro mundo dos setores económicos”.
Questionado sobre a participação da seleção de Portugal no Europeu, o líder do PSD desejou que Portugal “faça um bom jogo de cada vez que jogar”, destacando os “bons valores”, tanto em termos coletivos como individuais, da equipa portuguesa, que apresenta “uma boa mistura de gerações que permitirá ambicionar um bom resultado”.

PSD admite pedir apreciação parlamentar do estatuto de gestor público
O presidente do PSD disse que vai aguardar a publicação do decreto-lei alterado em Conselho de Ministros na semana passada para analisar a alteração introduzida no gestor público. “Se ela estiver de acordo com o que foi anunciado publicamente nós não deixaremos de pedir a apreciação parlamentar dessa matéria para deixar muito claro, primeiro, que discordamos dessa decisão e, em segundo lugar, para deixar muito claro qual é o apoio que o Governo tem no parlamento, na maioria, para tomar esta decisão”.
Passos Coelho lembrou que, “até à data, pelo menos, os partidos que compõem a maioria têm discordado publicamente dessa matéria”, sublinhando ser “muito importante saber se eles estão de acordo com ela ou não e se apoiam ou não esta decisão que o Governo tomou relativamente à Caixa Geral de Depósitos”.
O líder da oposição reafirmou o seu desacordo em relação a esta decisão do Governo, afirmando que o regime de estatuto do gestor público que estava em vigor “previa que nas empresas públicas que estão em competição de mercado os gestores pudessem ser escolhidos e nomeados com remunerações que pudessem estar em linha com a média das remunerações dos últimos três anos”.
Considerando que o Governo “não tinha nenhum problema em ir ao sistema bancário e escolher bons gestores para a Caixa que não fossem penalizados salarialmente por virem trabalhar para um banco público”, Passos Coelho lamentou a “exceção” que se está a abrir para a CGD, “onde se poderão praticar os valores salariais que forem”.
Sobre as eventuais sanções europeias, Pedro Passos Coelho considera “muito significativo” que o PS não tenha conseguido o apoio do PCP e do BE quando se procurou no parlamento chegar a uma proposta comum para rejeitar as sanções, acusando estes dois partidos de “preferirem censurar o Governo anterior a defender o país no plano externo”. “Isso é um absurdo. Espero que o Governo [usando o facto de toda a gente no parlamento estar contra as sanções] se sinta livre para falar dos resultados que atingimos, independentemente de o terem sido por um Governo que não era do PS”.
O líder do PSD sublinhou que não vê razões para que sejam aplicadas as sanções, mas põe em causa que as propostas do governo sejam suficientes para cumprir as metas orçamentais.
Passos Coelho reafirmou não ver no quadro que está definido para a aplicação de sanções “razões para que sejam aplicadas” a Portugal, porque, apesar do que representou o impacto da resolução do Banif, decidido em dezembro do ano passado, "o país cumpriu a meta de não ter um défice superior a 3%", o que deveria ter conduzido à "discussão da saída do procedimento por défices excessivos".
Questionado sobre o apoio a Portugal declarado pelo Presidente francês, François Hollande, o ex-primeiro-ministro declarou-se “satisfeito por saber que a França faz essa avaliação”, mas, realçou o fato de Portugal ter “muitos amigos” e o respeito dos seus pares dentro da Europa: “É esse respeito que deve ser avaliado quando uma decisão for proposta se é que vai ser proposta alguma decisão”.
A “Fruta Portuguesa” foi o tema em destaque na 53.ª Feira Nacional de Agricultura/63.ª Feira do Ribatejo, evento que decorreu entre 4 e 12 de junho, no Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém. Com cerca de 180 mil visitantes, dos quais 40 mil profissionais, a Feira Nacional de Agricultura é uma das mais importantes montras do melhor que se produz em Portugal, um espaço privilegiado de contactos e negócios.

Comentários
Sem comentários
DESTAQUE
Publicidade
Vídeos
Lisboa
Porto
Cidade da Trofa
Sondagem

Carregando...