Nacional
“Portugal regrediu em 2011 quando chegou à pré-bancarrota”
27 de Maio de 2016
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No debate quinzenal com o primeiro-ministro sobre a “Execução do Programa Nacional de Reformas”, Pedro Passos Coelho começou por lamentar que António Costa se continue a confundir. Porque, ao contrário do que garante o chefe do Governo, a estratégia de competitividade do PSD não se baseava no empobrecimento. “A falta de competitividade do país é que empobreceu a economia portuguesa e empobreceu os portugueses. Enquanto continuar a fazer alguma confissão com estes conceitos, não é de estranhar que as consequências da nova estratégia que o Governo está a seguir produza os resultados que estão à vista”.
Pedro Passos Coelho confrontou o primeiro-ministro sobre os resultados dos primeiros seis meses governação, alegando que "não estão de acordo com a promessa do próprio Governo", e perguntou: "Por que é que, no meio de tanto enleio, se fala então de sanções contra Portugal". "Ó senhor primeiro-ministro, quanto é que Portugal regrediu em 2011 quando chegou à pré-bancarrota, ora diga-me lá?", questionou Passos Coelho.
O líder do PSD colocou em causa a coerência do primeiro-ministro em matéria de austeridade, perguntando-lhe qual foi a posição oficial do Governo português em relação ao "duro programa de austeridade que o Governo grego apresentou" no Eurogrupo.
Depois de recordar que quando foi primeiro-ministro reduziu o défice estrutural em 6,5 pontos percentuais, o presidente do PSD referiu: "Quando o Governo socialista aprova programas de austeridade para a Grécia está a ajudar a Grécia, quando o Governo anterior aprovava programas para a Grécia estava a prejudicar a Grécia. Já percebemos o que significa duplicidade de discursos. Enquanto fui primeiro-ministro não fiz dois discursos. Mas parece-me que visitou a Grécia e assinou com o seu colega de Governo um manifesto contra a austeridade. Foi contra esse programa de austeridade ou a favor?”, questionou.
Sobre a governação PSD/CDS-PP, Passos Coelho rejeitou ter seguido uma estratégia "baseada no empobrecimento", e argumentou que "a falta de competitividade do país é que empobreceu a economia e os portugueses".
Em seguida, sustentou que os conceitos económicos equivocados de António Costa produziram "os resultados que estão à vista", abrandamento do crescimento económico, aumento do desemprego e menos 48 mil postos de trabalho no primeiro trimestre.
Durante este debate, a propósito da anterior governação, o primeiro-ministro citou a frase "Só vamos sair desta situação empobrecendo", atribuindo-a à jornalista Eva Gaspar, que erradamente disse ter sido assessora de Passos Coelho. Passos Coelho corrigiu este erro, dizendo que não teve uma assessora chamada Eva Gaspar, mas sim Eva Cabral, e pediu que esta fosse "citada convenientemente para futuro, se for caso disso".
Durante o debate, Pedro Passos Coelho acusou o Governo de inação face à greve de estivadores no Porto de Lisboa e questionado o primeiro-ministro sobre quais eram os limites a que se tinha referido: "Quais são esses limites?" Passos Coelho referia-se a declarações feitas na quinta-feira pelo primeiro-ministro, que prometeu que iria ser feito "um grande esforço negocial ao longo de todo o dia", acrescentando: "Mas há limites para tudo, e se a solução não for uma solução negociada, terá que ser encontrada outra solução".
A greve dos estivadores prejudicou as exportações portuguesas e o transporte marítimo para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. "A senhora ministra do Mar disse alto e bom som: acabaram-se as greves no Porto de Lisboa. Diz agora o senhor primeiro-ministro: hoje é o limite. Portanto, ficamos a perceber que limites para o Governo é um problema de tempo", observou Passos Coelho.
O presidente do PSD alegou que o executivo do PS considera um "aborrecimento" ter de resolver problemas: "Essa é a autoridade do Governo, e é por isso que o Governo não consegue resolver problemas, antes agrava problemas".


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