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“Cenário macroeconómico é irrealista e irresponsável”
31 de Maio de 2016
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A vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque acusou, esta terça-feira, o Governo de ser “irrealista e irresponsável por insistir num cenário macroeconómico em que já ninguém acredita” (a previsão de um crescimento de 1,8% do PIB).
A anterior titular pela pasta das Finanças falava na sede do PSD, para comentar os dados divulgados, em 31 de maio, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais a economia portuguesa cresceu 0,9% no primeiro trimestre de 2016 em relação ao período homólogo do ano passado. “Os dados confirmam o abrandamento do crescimento da economia”, afirmou a dirigente do PSD.
Questionada sobre quais as políticas concretas do atual governo que estavam a travar o crescimento económico, a ex-ministra das Finanças apontou o exemplo da “trapalhada” da lei das 35 horas e o “retrocesso” no setor portuário, a propósito do acordo alcançado com os estivadores do Porto de Lisboa, após uma greve que prejudicou as exportações e lesou o interesse público. “O Governo andou seis meses a assobiar para o lado e quando quis intervir, quis resolver tudo no próprio dia, e acabou a ceder a todas as reivindicações”, disse, sublinhando que o acordo dava um “sinal errado”.
Maria Luís Albuquerque apela ao Executivo que reverta a estratégia porque os dados comprovam que "a economia não está a correr bem". "O Governo desistiu de governar e está demasiado condicionado pelos parceiros à sua esquerda". “É preciso que o Governo reverta esta estratégia e faça o que é preciso ser feito”, atirou a vice-presidente social-democrata, sublinhando que a reposição de rendimentos prometida pelo atual Governo acabou por ser “só para alguns” e acabou por ser “compensada” com o “aumento de impostos indiretos para todos”. Ou seja, “o efeito líquido da recuperação de rendimentos não é assim tão grande”.
Concretamente sobre os dados anunciados pelo INE, a ex-ministra das Finanças realçou que estes "confirmam o abrandamento da economia nacional", já que "Portugal no primeiro trimestre deste ano cresceu abaixo da média europeia". "Temos o investimento a afundar e sem o investimento não teremos crescimento sustentado e não teremos criação de emprego", explicou, evidenciando ainda que "as exportações estão também em queda".
Segundo Maria Luís Albuquerque, "isto tem como consequência que previsivelmente as metas deste ano não serão atingidas", antecipando "um desempenho económico pior do que o do ano passado". "O abrandamento económico não acontece por acaso. Decorre das políticas que têm estado a ser seguidas pelo Governo", assinalou.
Crescer menos do que o previsto vai acarretar consequências, como a "perda de convergência para a Europa" e no "processo de consolidação orçamental". "Estamos no final do mês de maio, mas já no início do ano era manifesto que as previsões eram demasiado otimistas, e já deviam ser revistas de forma a que tivéssemos um cenário que permitisse, relativamente àquelas variáveis que controlamos, ter alguma margem de segurança para fazer face a desenvolvimentos negativos", alertou.


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